sábado, 5 de outubro de 2013

Modificação da sensibilidade à insulina e controle da glicemia pela atividade física e exercício

           

        Nas últimas décadas, a diabetes tipo 2 (DT2) progrediu como a maior causa de morte evitável nos Estados Unidos, aumentando de aproximadamente 1,5 milhões de diagnósticos em 1958 para aproximadamente 21 milhões em 2010, com a estimativa adicional de 7 milhões de indivíduos doentes não diagnosticados. Além disso, o aumento de prevalência futura de DT2 é uma grande preocupação de saúde pública para os americanos, com a estimativa que aproximadamente 80 milhões de adultos nos Estados Unidos tenham pré-diabetes. Assim, estima-se que 107 milhões de indivíduos nos Estados Unidos tenham diabetes ou pré-diabetes, e é sugerido que 21-33% da população dos Estados Unidos seja sobrecarregada com diabetes em 2050. O Centro de Controle de Doenças e estimativas de prevenção de DT2 nos Estados Unidos indica que a maioria dos municípios do país apresentam uma prevalência de DT2 de 6-12% em todos os adultos. Esse padrão de DT2 a nível municipal correlaciona-se estreitamente com a alta prevalência de inatividade física. Estudos anteriores estabeleceram claramente que o nível de atividade é um preditor de DT2, independente do histórico familiar para a doença. Além disso, embora o índice de massa corporal (IMC) tenha uma alta correlação com o risco de DT2, o nível de atividade física é atualmente um melhor preditor de DT2 do que o IMC.

CHRISTIAN K. ROBERTS 1, JONATHAN P. LITTLE 2, and JOHN P. THYFAULT 3,4
1 Exercise and Metabolic Disease Research Laboratory, Translational Sciences Section, School of Nursing, University of California, Los Angeles, CA; 2 Faculty of Health and Social Development, School of Health and Exercise Sciences, University of British Columbia Okanagan, Kelowna, BC, CANADA; 3 Department of Nutrition and Exercise Physiology, University of Missouri, Columbia, MO; and 4 Medicine-Division of Gastroenterology and Hepatology, University of Missouri, Columbia, MO


Tradução da introdução do artigo original Modification of Insulin Sensitivity and Glycemic Control by Activity and Exercise, publicado pelo periódico MEDICINE & SCIENCE IN SPORTS & EXERCISE
em Outubro de 2013
Artigo na integra em http://journals.lww.com/acsm-msse/pages/default.aspx

domingo, 29 de setembro de 2013

Circuito das Estações Adidas 2013 - Primavera


    Hoje a aluna Jane Maria Peck Garrido realizou a prova de 10k do Circuito das Estações Adidas - Primavera. Foi a sua estréia em provas de 10k. A aluna já havia participado no dia 04/08/2013 da prova de 5k do Circuito Rio Antigo - Etapa Praça Tiradentes.
    A prova de hoje aconteceu no Aterro do Flamengo, às 08:00h, o tempo estava chuvoso e a temperatura era de 19º.  A aluna concluiu a prova com o tempo de 01h:13min, pace médio da prova de 07min:18s por km, velocidade média de 8,22 km/h, frequência cardíaca média de prova 151 bpm e frequência cardíaca máxima de 178 bpm no último km.
    Parabéns, Jane! Esse resultado é  fruto da sua regularidade e dedicação aos treinamentos! Que venham outras provas!




sábado, 30 de março de 2013

Planos e eixos de movimento

    O movimento em uma articulação ocorre obrigatoriamente em torno de um eixo, denominado eixo de movimento. As direções desses eixos são: longitudinal (a) , látero-lateral (b) e ântero-posterior (c).

    

     Quando analisamos a realização de um movimento, devemos obedecer a regra que diz que o eixo do movimento deve ser sempre perpendicular ao plano no qual se realiza o movimento em questão. Dessa maneira, todo movimento é realizado em um plano determinado e o seu eixo de movimento sempre será perpendicular àquele plano (plano sagital - eixo látero-lateral / plano frontal - eixo ântero-posterior / plano transverso - eixo longitudinal). A imagens abaixo ilustram os eixos de movimento e seu respectivos planos.


       Os movimentos executados recebem nomes específicos. No plano sagital - eixo látero-lateral, são realizados movimentos de flexão e extensão; No plano frontal - eixo ântero - posterior, adução e abdução; No plano transverso - eixo longitudinal, adução horizontal, abdução horizontal, rotação medial e rotação lateral.

        Circundução - A circundução (figura 1) é caracterizada pelo movimento combinatório de adução, extensão, abdução e flexão. Neste tipo de movimento, a extremidade distal do segmento descreve um círculo e o corpo do segmento, um cone, cujo o vértice é representado pela articulação que se movimenta.

Figura 1

Planos de delimitação e secção do corpo


Planos de delimitação do corpo humano 
     
       Na posição anatômica o corpo humano pode ser delimitado por planos tangentes à sua superfície, os quais, com as suas intersecções, determinam a formação de um sólido geométrico (Figura 1).

Figura 1
As faces desse paralelepípedo possuem os seguintes planos correspondentes:
  • Dois planos verticais, um tangente ao ventre (plano ventral ou anterior) e um ao dorso (plano dorsal ou posterior). Estes planos e outros a eles paralelos, são também chamados de planos frontais por serem paralelos à fronte. As denominações ventral e dorsal são reservadas ao tronco e anterior e posterior aos membros.
  • Dois planos verticais tangentes aos lados do corpo - planos laterais direito e esquerdo.
  • Dois planos horizontais, um tangente à cabeça - plano cranial ou superior - e outro à planta dos pés - plano podálico (de podos = pé) ou inferior.
       O tronco isolado é limitado, inferiormente, pelo plano horizontal que tangencia o vértice do cóccix, ou seja, o osso que no homem é o vertígio da cauda de outros animais. Por essa razão, este plano é denominado caudal.


Planos de secção do corpo humano

Além dos planos de delimitação do corpo humano, é possível traçar também os planos de secção. São eles:
  • O plano que divide o corpo humano em lado direito e esquerdo é denominado mediano (figura 2). Toda secção do corpo realizada por planos paralelos ao mediano é chamada de secção sagital (figura 3), e os planos de secção são também chamados sagitais. O nome deriva do fato de que o plano mediano passa pela sagitta (que significa seta) do crânio fetal.
Figura 2
  • Os planos de secção paralelos aos planos ventral e dorsal, são chamados de frontais e a secção também é denominada frontal (figura 3).
  • Os planos de secção que são paralelos aos planos cranial, podálico e caudal são horizontais. A secção é denominada transversal (figura 3).
Figura 3

Dângelo e Fattini - Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar - editora ATHENEU

domingo, 24 de março de 2013

O sangue

      O sangue e a linfa são as substâncias circulantes do sistema circulatório, sendo responsáveis pelo transporte de vários materiais entre as diferentes células ou tecidos do corpo humano.


      Uma certa quantidade de plasma extravasa dos capilares para o interior dos tecidos, tornando-se o líquido intersticial. Grande parte desse líquido retorna para os capilares após as trocas terem sido realizadas, mas a quantidade que retorna é menor do que foi extravasado. O líquido em excesso entra nos capilares linfáticos e então passa a ser denominado linfa, a qual, em última instância, retorna ao sangue.
       O sistema linfático tem um papel fundamental na manutenção dos níveis líquidos dos tecidos, assim como na manutenção do volume sanguíneo adequado, assegurando que o líquido intersticial seja devolvido à circulação. Durante o exercício ocorre a formação de mais líquido intersticial. O sistema linfático minimiza o edema das áreas ativas e mantém o sistema cardiovascular trabalhando eficientemente.
       O sangue serve a muitos propósitos úteis na regulação da função corporal normal. Três funções possuem importância primária para o exercício e para o esporte, são elas:
  • O transporte
  • Regulação da temperatura corporal
  • O equilíbrio ácido básico
     Além da função de transporte, o sangue é fundamental na regulação da temperatura durante o exercício físico. Sob condições normais, ele capta o calor do interior do corpo ou de áreas com atividade metabólica aumentada e o dissipa através do organismo; Quando o corpo é superaquecido, a dissipação ocorre através da pele. O sangue pode tamponar os ácidos produzidos pelo metabolismo anaeróbio, mantendo o PH adequado para a atividade eficiente dos processos metabólicos.

Wilmore e Costill, Fisiologia do esporte e do exercício
        

sábado, 23 de março de 2013

Redirecionamento sanguíneo

    Na última terça-feira, dia 19/03/2013, o grupo CL (ciclo de leituras) de fisiologia do exercício da Academia Meta Física, debateu sobre o tema redirecionamento sanguíneo durante o exercício físico. Segue abaixo um resumo do que foi estudado:
     A distribuição de sangue nos tecidos do nosso organismo irá variar de acordo com as necessidades dos mesmos. Em repouso, a maior parte da distribuição de sangue é direcionada para os tecidos que são mais metabolicamente ativos, como o fígado e os rins, que em conjunto recebem aproximadamente 50% do sangue circulante e os músculos esqueléticos que recebem 15%.
    Durante o exercício aeróbio intenso, o sangue é redirecionado para as áreas onde a necessidade é maior. Assim, os músculos esqueléticos passam a receber até 80% ou mais do sangue disponível. O redirecionamento sanguíneo e os aumentos no débito cardíaco (FC x volume de ejeção), permitem um fluxo sanguíneo 25 vezes maior aos músculos em atividade.
    A distribuição de sangue é controlada principalmente pelas arteríolas. Esses vasos possuem duas características importantes:
  • Parede muscular forte, a qual pode modificar de forma significativa o diâmetro do vaso.
  • Respondem a mecanismos (auto-regulação e controle neural extrínseco) que controlam o fluxo sanguíneo.

Vasos sanguíneos


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Ciclo de leituras

     No dia 05/02/2013 demos início ao nosso ciclo de leituras em Fisiologia do exercício na Academia Meta Física. O ciclo de leituras é um grupo de estudos semanal que conta com a presença de professores e estagiários da academia. O tema central escolhido para o ano de 2013 foi sistema cardiovascular e  no encontro do dia 05/02/2013, falamos sobre as funções do sistema cardiovascular, estruturas do sistema, sopro cardíaco e miocárdio. Abaixo, apresento um resumo do que foi discutido.




Ciclo de Palestra dia 05/02/2013
Moderador: Daniel Queiroz
Participante: William Ferreira Cavalcanti
Revisão: Wagner de Assis Fernandes
Fonte: Fisiologia do esporte e do exercício - Jack H. Wilmore & David L. Costill - Editora Manole

As principais funções do sistema cardiovascular são classificadas em cinco categorias:

1 - Liberação - O sistema libera oxigênio e nutrientes para as células do corpo;
2 - Remoção - Remove dióxido de carbono e produtos da degradação metabólica;
3 - Transporte - Transporte de hormônios das glândulas aos seus receptores;
4 - Manutenção - Mantém a temperatura corporal e mantém a capacidade de tamponamento do sangue;
5 - Prevenção - Prevenção da desidratação e auxilia na prevenção de infecções.

Estrutura e Função do Sistema Cardiovascular

O sistema circulatório possui três componentes:
Uma bomba (o coração)
Um sistema de canais (os vasos sanguíneos)
Um meio líquido (o sangue)

Coração e Fluxo Sanguíneo

     O coração possui dois átrios (átrio direito e esquerdo) que atuam como câmaras receptoras, dois ventrículos (ventrículo direito e esquerdo) que atuam como unidade de envio. O coração é o componente do sistema responsável por fazer o sangue circular pelo sistema vascular. 
     Após sair do ventrículo esquerdo o sangue passa por todas as células do corpo, liberando oxigênio e nutrientes e removendo produtos da degradação metabólica. Através da veia cava superior e infeiror o sangue, pobre em oxigênio, retorna para o coração ao átrio direito, passa pela válvula tricúspide e vai para o interior do ventrículo direito. Do ventrículo direito o sangue é ejetado, passa pela válvula semilunar pulmonar, sendo direcionado para as artérias pulmonares direita e esquerda, até chegar aos pulmões para ser reoxigenado. O sangue deixa os pulmões através das veias pulmonares direita e esquerda e é direcionado para o átrio esquerdo, passa pela válvula bicúspide ou mitral  e chega ao ventrículo esquerdo, onde é ejetado para o corpo todo, passando pela válvula semilunar aórtica.
     O lado direito do coração é conhecido como lado pulmonar e o lado esquerdo como sistêmico.

Sopro Cardíaco

     No coração são encontradas as válvulas tricúspide (lado direito do coração), semilunar (pulmonar e aórtica) e bicúspide (lado esquerdo do coração). Essas válvulas impedem o fluxo retrógrado do sangue, assegurando que o fluxo tenha somente uma direção.
     Sopro cardíaco é uma condição na qual  sons cardíacos anormais são detectados com o auxílio de um estetoscópio. O som anormal pode indicar um fluxo sanguíneo turbulento através de uma válvula estenosada ou defeituosa. O sopro também pode indicar o fluxo sanguíneo errático através de um orifício no septo. No prolapso da válvula mitral, a válvula bicúspide permite que ocorra algum fluxo retrógrado para o interior do átrio esquerdo durante a contração ventricular. Se o fluxo retrógrado não for significativo, o prolapso da válvula mitral tem pouca importância clínica.
     Na maioria dos atletas os sopros são benignos, não afetando o bombeamento cardíaco. No entanto, em alguns casos, o sopro pode indicar válvulas doentes, o que pode ocasionar uma interevenção cirúrgica.
     
O Miocárdio

     A musculatura cardíaca é denominada coletivamente de miocárdio. A espessura dessa musculatura irá variar de acordo com a tensão imposta sobre as paredes das câmaras cardíacas. O ventrículo esquerdo envia sangue para o corpo todo, superando o efeito da gravidade quando o indivíduo está em pé ou sentado. Possui a parede muscular mais espessa, quando comparado com as outras câmaras cardíacas.
     No exercício aeróbio intenso a demanda de sangue dos músculos ativos aumenta consideravelmente e as demandas impostas ao ventrículo esquerdo são elevadas. Como adaptação ao treinamento, a parede muscular hipertrofia.
     O músculo estriado cardíaco (miocárdio), apesar de possuir o aspecto estriado, é diferente do músculo estriado esquelético. As fibras musculares cardíacas são anatomicamente interconectadas pelas extremidades através dos discos intercalares que possuem desmossomos - estruturas responsáveis por unir as células para que não ocorra separação durante a contração. Possuem também GAP junções, que permitem a transmissão rápida do impulso que estimula a contração cardíaca. O Miocárdio das quatro câmaras atua como uma grande fibra muscular, todas as fibras contraem em conjunto.
       
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