No dia 08/10/2010 os membros do laboratório de atividade física e promoção da saúde (LABSAU) participaram do 33º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte, promovido pelo CELAFISCS em São Paulo. O trabalho apresentado por mim foi intitulado: EFEITO DA ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA DE CORRENTE CONTÍNUA SOBRE A FADIGA NEUROMUSCULAR E O TRABALHO EM EXERCÍCIO ISOCINÉTICO. Segue abaixo as fotos do evento e o resumo do nosso trabalho.
EFEITO DA ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA POR CORRENTE CONTÍNUA SOBRE A FADIGA NEUROMUSCULAR E O TRABALHO EM EXERCÍCIO ISOCINÉTICO
Daniel Queiroz1, Rafael Montenegro1,2, Flávia Porto1, Jonas Gurgel1,3, Alex Itaborahy1,3, Alexandre Okano2, Paulo Farinatti1
1LABSAU, IEFD, UERJ, Rio de Janeiro, RJ; 2GEPEBIEX, UFAL/UFRN, Natal, RN; 3IEF, UFF, Niterói, RJ, Brasil. Contato: queirozlabsau@gmail.com
Introdução: Novas técnicas não-invasivas surgiram na tentativa de modular a função cerebral. Dentre elas, destaca-se a estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC). Dois tipos de polaridade elétrica podem ser aplicados sobre o couro cabeludo: corrente anódica, que aumenta a excitabilidade cortical e corrente catódica, que tem o efeito oposto. Permite-se, ainda, a estimulação do tipo placebo, na qual os indivíduos entendem que estão sendo estimulados, mas, na verdade, o aparelho estimulador mantém o circuito elétrico fechado e não permite a passagem de corrente elétrica para os eletrodos. A fadiga pode ser definida como uma situação em que a capacidade e a eficácia de realização de trabalho são diminuídas. A mesma pode ser causada tanto por fatores periféricos quanto por fatores centrais que alteram a capacidade do sistema nervoso central de ativar os motoneurônios. Poucos são os estudos sobre o tema na literatura. Coggiamanian et al. (2007) estudaram o efeito da ETCC aplicada sobre o córtex motor, constatando melhoras no nível de força isométrica de endurance em musculaturas dos membros superiores, porém, em exercícios isocinéticos parece não haver relato na literatura científica. Objetivo: Investigar o efeito da ETCC aplicada no córtex motor esquerdo sobre indicadores de fadiga neuromuscular e trabalho total durante exercício físico isocinético. Metodologia: A amostra foi composta por 5 indivíduos (4 homens e 1 mulher) saudáveis. Os testes ocorreram no Laboratório de Atividade Física e Promoção da Saúde da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. O protocolo consistiu de 3 testes, contendo: 10min de repouso em decúbito dorsal, 20min de ETCC (anódica, catódica ou placebo), 10min de intervalo e avaliação isocinética. A cada visita, um teste era aplicado sob um tipo de estimulação diferente. O intervalo entre as visitas foi de, no mínimo, 48h e, no máximo, 1 semana. Para a avaliação isocinética, os voluntários realizaram 3 séries de 10 repetições máximas em aparelho isocinético (Biodex System 4 Isokinetic Dynamometer, Biodex Medical Systems, Inc., Shirley, NY) de extensão e flexão de joelho (membro dominante), modo concêntrico-concêntrico, a 60°/s, com 2min de intervalo entre as séries. O indicador de fadiga investigado foi o percentual de fadiga (%F). Os dados foram tratados estatisticamente (SPSS 11.5 for Windows) por meio da ANOVA para amostras repetidas, com post hoc test Fisher LSD, a fim de comparar as médias do %F nas condições anódica, catódica e placebo, além de estatística descritiva. O nível de significância adotado foi de p ≤ 0,05. Conclusão: Os resultados demonstraram que a ETCC anódica aumentou o %F da musculatura flexora quando comparada à condição placebo, o que pode ser explicado pelo fato de essa condição ter mostrado a maior produção de trabalho muscular. Novas investigações devem ser estimuladas a fim de elucidar mecanismos fisiológicos, ainda obscuros, relacionados à instauração da fadiga.
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